Hoje vou acender uma fogueira na porta de casa.
Juntar todas aquelas velhas caixas de sapato que guardo.
Uma a uma, levo as para calçada.
Dou uma ultima olhada, já um tanto arrependido...
E sem pensar duas vezes as queimo todas.
E não uma a uma, todas de uma só vez.
No ato furioso de querer acabar.
Do desespero pra que junto daquilo fosse queimado também.
Virasse cinzas, virasse pó...
Mas deixo tudo queimar, lentamente vejo algumas lembranças voando com as cinzas.
Perdidas agora na mão de alguma criança que a le sem saber.
Vai demorar a entender.
Juntei tudo e deixei a fogueira toma conta de tudo que ainda poderia me torturar.
Até objetos que poderiam me fazer lembrar.
Mas dolorosamente assumo de que nada adiantou.
Nada se foi como aquelas labaredas.
Fortes mas não tão forte quanto à memória viva em mim.
Foram todas as fotos, todas as promessas eternas.
Ate cálculos de sonhos.
Mas de nada adiantou, ilusão.
O tempo passou.
Cabelos brancos apareceram.
O fogo apagou rápido e deixo resquícios.
Muitos.
E aquela criança que um dia leu o que sobrou dos meus sonhos.
Cresceu.
Veio a mim e me perguntou.
- o senhor conseguiu queimar de vez aquelas lindas palavras do seu coração?
Eu sem reposta deixei somente as lagrimas responderem por mim.
Ele então disse.
- só descobri o que era o amor quando vi inocentemente aquela sua atitude, e li as mais doces palavras que sobraram nas cinzas... e hoje mais ainda sei que as lembranças nunca se vão por completo...
E me agradeceu também com uma lagrima e um sorriso e foi embora silenciosamente.
Talvez a pensar também no seu amor.
E o q se leva dessa vida é o q se vive, o q se faz =]
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